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João Pega
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Diária

DITO E …ESCRITO!


quarta, 23 janeiro 2019

“… Ora, o povo que vota é o mesmo de sempre. Temos, portanto, esta análise profunda que é a de que, quando o povo vota “bem”, ou seja, de acordo com o politicamente correcto, o povo é soberano, é conhecedor, é sábio, etc. Quando vota nos populistas, é burro, manipulado, ignorante, etc.

Só que o povo é exactamente o mesmo. E esse povo – transversalmente – vota em populistas. Analistas e comentadores gostam de acantonar esses votos, dizendo, por ignorância ou má fé, que quem votou em Trump ou Bolsonaro foram os ricos, ou os iletrados, ou os afectos a uma religião ou a uma etnia. No entanto, uma breve análise prova que quem neles votou, foram ricos e pobres, brancos e negros, licenciados e não licenciados, homens e mulheres, classes médias, urbanos e provincianos, ateus e agnósticos, e também crentes. Foi de tudo, senão não ganhavam as eleições.”

Pedro Barros Ferreira - OBSERVADOR

“… É verdade que no seio de uma estrutura partidária é sempre mais complicado aceitar a diferença. Mas pôr em causa um líder só por não discordar de tudo o que o Governo faz, mesmo que seja bem feito, já não é entendível. No fundo, os partidos parecem precisar mais de conselhos de que os concretizar. Precisam de mais ideologia e menos individualismo.

Uma das frases mais certeiras de Rui Rio, durante a noite, foi mesmo a de que "o PSD está a dar aos portugueses um espetáculo pouco dignificante". Resta saber quantas temporadas terá. Em suma, o PSD que não se queixe do futuro. Um partido que não sabe proteger soldados e dá tiros na própria trincheira não é um partido que esteja em condições de gerir a vida de todos nós.”

Manuel Molinos – JORNAL DE NOTÍCIAS

“… Tal como muitas pessoas da minha geração, uma parte importante do tempo que passei na faculdade foi ocupado com o debate e o protesto em torno do aumento das propinas do ensino superior. Mais de um quarto de século depois surpreende-me a repetição dos termos da discussão. Grande parte deles são mais ou menos deliberadamente erróneos. Outros tendem a passar ao lado dos argumentos relevantes.

Aqueles que defendem o valor actual, senão o aumento, das propinas sustentam a sua posição em dois argumentos principais. Primeiro, grande parte dos alunos que frequenta o ensino superior não tem dificuldade em cobrir os custos financeiros dessa frequência. Segundo, a obtenção de um diploma de nível superior permite aos indivíduos obter maiores níveis de remuneração no futuro.”

Ricardo Paes Mamede – DIÁRIO DE NOTÍCIAS

“… A liberdade de expressão é um direito, protegido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e consagrado na Constituição Portuguesa, no seu Artigo 37º e, por mais que o denunciemos, a verdade é que é um direito real. É claro que todos temos conhecimento de situações em que pessoas com cérebros pequeninos e mesquinhos acabam por fazer valer os seus pequenos poderes para calar vozes incómodas. Mas a exceção apenas confirma a regra.

E esta liberdade, socorrendo de Chateaubriand, «não é uma liberdade primitiva», “filha dos costumes”, mas uma liberdade “filha das luzes” e, como tal, irrequieta, irreverente, atenta à tolerância democrática».

Felizes somos, pois, por podermos reescrever aquilo que alguém quis apagar! Mesmo quando nos tentam empurrar para que saltemos do abismo.”