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João Pega
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Diária

O respeito que os animais nos merecem


quarta, 23 janeiro 2019

O cão é o animal doméstico talvez mais conhecido, inteligente e com olfato apurado, por isso utilizado em muitas atividades, como caça, guarda, cão polícia para despiste de droga, descoberta de pessoas soterradas, e ainda, por ser tão afetuoso, na ajuda a tratamento de psicoses em crianças, acompanhamento de deficientes motores, etc. Há muitas raças adaptadas a várias funções, como por exemplo puxar trenós no gelo, resistindo ao frio.

Outro animal muito conhecido é o gato, que já teve grande utilidade a apanhar ratos, quando as casas tinham pavimento de madeira esburacada e os ratos eram muitos. Agora cumprem com esmero a atividade de animais de estimação e costumam ser bem tratados.

Depois temos as aves, todas de plumagem atraente, cantam ou assobiam e algumas até articulam palavras. As provenientes do estrangeiro, como canários e papagaios, têm de ser mantidas em gaiolas ou presas a uma pata. São bem alimentadas em locais abrigados, caso contrário morrem à fome e ao frio. As autóctones, que as temos bem bonitas, cantam lindamente e até falam com voz mais clara que o papagaio, refiro-me ao corvo e à pega; é proibido por lei mante-las em cativeiro e até são mais encantadoras em liberdade.

Quanto a animais domésticos de grande porte, destaco em especial os cavalos e os burros, muito utilizados em atividades lúdicas, nomeadamente passeios e montados.

O cavalo é um animal especial, bastante inteligente, nobre, ativo, que foi muito útil na antiguidade, como todos sabemos, sobretudo em guerras. Continua a ser muito utilizado pela polícia de todo o mundo civilizado e em atividades de grande espetáculo, como desfiles, também em corridas, em pista de saltos e sobretudo em atividades tauromáquicas. São muito estimados pela sua atividade, mas não são considerados animais de estimação, porque não se podem pôr ao colo e afagar.

O burro, animal muito paciente e calmo, presta-se ao transporte de crianças, o que facilita a cura de algumas psicopatias.

Do cruzamento do burro com a égua resultam as muares (macho e mula), animais muito resistentes, mas bravos, que foram muito utilizados há cinquenta anos atrás, em especial pelos moleiros.

Antigamente, ouviam-se os burros a zurrar a muitos quilómetros de distância. Agora, já não se ouve um único.

Quanto aos bovinos, animais bastante pacientes, prestaram grandes serviços ao Homem, na agricultura e transporte de cargas, e evidentemente com o leite e a carne, como todos sabem.

Quanto à raça brava de bovinos existente no Ribatejo, que só os campinos, montados em cavalos treinados e com grandes varas, conseguem encaminhar para o pasto e currais. Destes são escolhidos os mais bravios e corpulentos para serem utilizados em touradas, espetáculo bem conhecido, em que participam cavalos, cavaleiros, forcados altamente treinados e bandarilheiros.

Nestes espetáculos de grande tradição, no final de cada lide feita pelos cavaleiros, procede-se à pega do touro por um grupo de forcados, em que um deles se oferece ao choque frontal com a cabeça do touro num momento de grande coragem e valentia, muito apreciado pelos estrangeiros, que elogiam estes espetáculos. Aqui o touro está em grande vantagem; o único que sofre risco é o forcado.

A tauromaquia é dos grandes espetáculos em que se lida com a realidade, coragem e beleza, arte e tudo… Os animais lidados acabam por viver mais, porque demoram anos a ser treinados, ao contrário daqueles que são criados para o talho, que têm de ser abatidos novos (novilhos) a fim de evitar a doença das vacas loucas.

É dever tratar bem os animais, pois foram postos à nossa disposição para nos servirem e alimentarem e nós dependemos deles.