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“Na Noruega cumpre-se minuciosamente o horário de trabalho”


sábado, 10 agosto 2019

Chama-se Bruno Barbosa, tem 35 anos, é natural da Pampilhosa e vive desde 2012 na Noruega. O engenheiro civil, especializado em estruturas metálicas e mistas, trabalha na AIBEL, uma empresa internacional que presta serviços na área do petróleo, do gás e da energia eólica.

Bruno Barbosa tinha 28 anos quando decidiu aceitar a proposta para trabalhar além-fronteiras. Em Portugal, ficou a esposa, Marta Almeida: “parti inicialmente sozinho para poder perceber o estilo de vida, como era a sociedade e que oportunidades se poderiam criar”. Um ano depois, o casal juntou-se em Asker, onde vive hoje com um filho de dois meses.

A adaptação ao país escandinavo “até foi fácil”. O novo idioma (norueguês) não representou uma barreira “porque os noruegueses são fluentes em inglês”, contudo – considera Bruno Barbosa – “acho essencial aprender a língua”. “O facto de trabalhar num ambiente internacional facilitou todo o processo de adaptação. A maioria das empresas norueguesas promove atividades, em regime pós-laboral, com vista à integração de novos funcionários, dando a conhecer também as políticas da empresa e do país”, explica o pampilhosense. O facto de ser “bastante sociável e comunicativo” também facilitou a sua adaptação, ainda que, por lá, as pessoas sejam “mais reservadas” e demorem “mais tempo a criar laços”.

Na Noruega, Bruno estranhou, pela positiva, “o respeito minucioso do horário laboral” e o clima – “o período de neve são apenas três meses, acompanhado de escuridão nas horas fora do período de trabalho”. Neste país nórdico, o pampilhosense elogia também os hábitos de vida dos noruegueses, que “adoram passar tempo na natureza” e que “gostam muito de praticar exercício físico”. Este povo é igualmente enaltecido pelo facto de ver as regras “como algo a cumprir e não a infringir”.

Na AIBEL, Bruno Barbosa tem um horário “flexível”: “o mais importante é trabalhar as 37,5 horas semanais e cumprir os objetivos. Assim sendo, entro ligeiramente depois das 7h e saio por volta das 15h”. Este horário “permite ter bastante tempo para a família e para praticar desporto e atividades de lazer”.

Apesar de estar “bem-adaptado” e de gostar “muito” de viver na Noruega, Bruno sente-se “emigrante” e regressar a Portugal faz parte dos seus planos sem, para já, data marcada. Neste país nórdico onde vive há sete anos, “as saudades estão sempre presentes, umas vezes mais fortes que outras”, e, por isso, não dispensa duas a três visitas anuais às origens. Além da família, sente falta dos amigos, da comida e da praia que tem em Portugal. A ausência do leitão da Bairrada, do pão da Mealhada e da Serra do Bussaco também é muito sentida no norte da Europa.